quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A Ilusão do Real

Há uma potente voz dentro de mim.
Perquerindo-me sobre as verdades que desconheço.
Há um silêncio latejante no ar e em meus lábios.
Impedindo-me de gritar o que descobri.
Afastando-me da partilha e do conhecimento geral.

Existe um ronco, um trovão incontido!
Anunciando destruição sobre tudo.
Entretanto, cheio de criação.
E explosão de vida comedida/continente.

Há um mar um céu indolente
Forçando-nos de todos os lados.
A chuva que o travão anunciou não passa.
Os ventos violentamente, do acaso,
Levam a vida para todas as partes.
E sonhos e consumação vão também.

O gosto das cinzas é tão real e verdadeiro.
A terra quente, tão convidativa.
E em todos os passos inférteis o chamado consolador.

Há uma agudez...
Inundando e afogando a carne.
O cerne da carne, a essência volátil e mole e liquefeita.

Todas as coisas param.
Todas as bocas calam...
O segredo profundo do mundo.
Concebe-se a mentira.
Consagra-se a Ilusão do Real.