sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Enojado

Asco me toca. Que frivolidade exacerbada esta que acomete a todos.
Os tempos, mais que nunca, são difíceis. Há certa gravidade permeando nossas vidas sem que percebamos...
Apenas alguns loucos a conhecem....
Desconhecendo-a no mais íntimo de seu ser.

Tudo isso é um brado à irreflexão. Um brinde ao não-ser...
Estamos todos loucos, afinal de contas... pondo nossas atenções naquilo que se faz improdutivo - infértil.
O que é do ser humano senão um não fazer sentido?
O que é ele senão a profusão de leviandades e irrelevâncias?
E o que toca com suas mãos, senão a dura e mentirosa comungação - o dissimulado lugar comum?

Que país é esse? Que pessoas pessoas são essas?
Reunidas em torno de um grande nada como insetos em torno da luz, extasiados.
Foi isso o que plantaram as gerações revolucionários anteriores?
Essa falta de comprometimento?

Estarei discorrendo acerca de bobagens?
Sendo o verdadeiro e único tolo dessa história?
Talvez... ms isso é matéria que me é alheia.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Heavens

Cada passo que dou me afasta mais e mais do céu. As nuvens, ao longe, se dissipam ao vislumbre de um olhar perdido.
Amores, paixões, medos... Tomam conotações diversas, tornam-se quimeras prestes a me devorar inteiro.
Não toco mais, nunca toquei, a leve certeza que tem os tolos. A verdade que não queria me está entregue
Em minhas mãos... Como o pó que é lançado, pelo vento, em meu rosto, incomodando-me.
Espinho na carne que é.
Eu sei a verdade. Eu sei minha verdade e antes a desconhecesse... ah, mais e mais Feliz eu seria.
Todos os dias ciente de minha sorte; minha sorte, minha maldição...
Os olhos, cansados, mas ainda ávidos, não sabem o que querem mais...
Paixões... mil por dia. Amor... só um.
Todavia não sou mais feliz por isso, ah, inferno de Amar... sozinho, na calada da noite adentro...
Pensando, cogitando, me iludindo.

Por isso, torno meus passos espassos...
Desconheço contentamento. Sinto, apenas, na pele nua, um gosto que marca amargamente...
Como que a pena por não saber...
É... não sei de muitas coisas...
Sei somente do vento vivo, que toca minh'alma e faz-me lembrar: Estou vivo!
Ainda estou vivo.

domingo, 1 de julho de 2012

Farto disso tudo aqui

Não há momentos.
Não há momentos, não há momentos. Não há realizações!
Há somente um grande e obscuro desejo.
Abrindo sua boca voraz ao mundo.

Não há os momentos.
Não existe a constatação.
Tudo que minha fome engoliu
Não passou de mera ilusão.

Pés, no chão, fincados.
Mãos e cotovelos, também.
É chegado "o momento"...
Daqueles que nunca vêm!

Há um grande vazio ao meu lado.
Silencioso, ao meu lado, na cama.
Comungando dos pesadelos que tive,
Nas minha trevas, jogado na lama.

domingo, 20 de maio de 2012

Intrincado

Primeiro vem a impotência.
Depois me toca a negação.
Sou tomado pelo medo,
Perco-me, em meu próprio coração.

Sinto raiva, senti raiva, confesso...
Mas senti pena, também.
Aquela criatura, coitada, tinha medo, meu bem.

Sinto-me despojado... e o fui, ó grande civilização...
Roubaram-me mais pensamentos de que de bens materiais.

domingo, 11 de março de 2012

Sem Título

(...) o medo obscuro em face do Medo!
No abismo negro lentamente caindo.
O céu e o sol atrás... de sua vista... sumindo!
E ele nada é senão... o próprio abismo em chamas e gritos.
E tormentos e horrores.

Sabores...
De velhos e novos gostos sepulcrais.
Imaculados na sua pureza eternarnamente impura.
Tão controversamnete ao próprio e primeiro Amor!

Só o calor dos tempos faz esquecer...
O que a sombra das eras deixaram!!!
Sem que se faça alárdia nenhuma!!!
Silenciosamnete e calmo... como a brisa da manhã solitária.
Sozinha!

Silenciosamnete e plácido... como o mar que se tinha!!!
E que secou na incorrespondência.
O fio? A meada? Já se perdeu desde há muito.
Só existem os passos! E laços.
E beijos. E abraços.
Só!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Pensamentos voam

Pensando em escrever nada. Pensando em não pensar em nada! Pensando em viver e em não viver...
Complicado? De forma alguma; a mais simplista da visões me toca! E toca-me com tamanho e imenso furor...Que se torna fácil me perder dos passos atrás de mim... Esta é a pior parte disso aqui: não ter fundamentos, ser sempre passo novo! Vida nova!
Um pouco de uma verdade qualquer seria bem-vida. Uma realidade que, de fato, provasse...
Oh, senhor das confusões! Que passos são os teus?
Enquanto a verdade que desconheço não chega... me achego mais de minha dor, a saber...
Sem saber!
Impessoal!

Breve Pensamento

Tangenciar uma verdade que desconheço.
Sentí-la no meu âmago inundando toda a carne.
Queimando todo erro.
Esclarecendo toda dúvida!

Tangenciar algo maior que eu!
E sentir-me dele e sentí-lo meu...
Disformes como o vento.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Aprendizado

Que lições posso tirar disso?
Que novo modo de ver o mundo?
Que nova perspectiva terei?

Tudo isso depende...

De você já vê o mundo de forma diversa!
De você já não ter, mas ser uma perspectiva!
De você não tirar, mas sim dar lições!

Sem arrogância. Sem prepotência. Humildemente!

Dessa forma sorverás as conotações
De todas as interrogações que ora fazes!

Ânsias

Anseio gritar não nutrir mais ilusões!
Desligar-me de tudo isto que me prende aqui.
Não ter mais, nem ser mais este ponto de fraqueza latejante.
Ah, como desejo.

Porém, o sabor de tantas desilusões não basta para cessar meu anseio primeiro.
Não basta para desatrelar dos meus passos a queda.
Então, cairei de novo. Ciente disso!
Faminto por isso; resignado por isso.

Entretanto, nem satisfação me toca.
Todo meu prazer é cor que desbota.
É aquele pouco mais de insatisfação.
É tal que perco a noção...

Não sei mais porque me disponho ao que amo.
Nem amo mais. Simplesmente, aceito.
Como uma doce loucura entorpecendo meus sentidos e razão.

Não julgo lúcidas as escolhas que faço.
Tampouco as bocas que beijo, os braços que abraço.
Não há lucidez; há somente dependência!
Nada daquele algo impalpável que desejo tocar...
[com minhas mãos.
Nada dele. Só a ausência.

Continuar?
Eu continuo. Mesmo sem saber...
Porquê.
Mesmo a me maldizer.
Afinal, se eu soubesse, que graça teria?

(Nunca ninguém disse que seria engraçado!)

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sinto-me

O que estou fazendo de minha vida ao fazer o que faço?
Será que não é evidente meu tropeço, meu desgaste?
E sendo, não deveria eu refreiar meus passos?

Sim, deveria eu fazê-lo!
Mas este algo que me impele é maior que minha vontade!
É um não-ser mais que meu ser!
É meu inconsciente clamando por animálica liberdade!

Então me dispo de mim!
Afasto, de meu cerne, alguns valores cabrestais!
Mas nunca o faço demais!

Vejo-me. Toco-me. Sinto-me. Como criatura mundana que sou!
Cheiro. Como. Bebo. Todo meu torpor!
E desvaneço em minhas próprias inglórias mãos!
Até o luzente brilho da razão me salvar!

Sou eu novamente! Sem ser eu e sendo eu!
Estando cru e nu perante meus negros olhos!
Sem entender... o porque faço!

Simplesmente... faço esta vida... assim!
E passo!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Noite Passada

Ontem, a noite foi de explosão.
Os risos tornaram-se, de súbito, lamentos...
E me vi, assim, entregue a mim...
Mais uma vez, sem nada!

Ontem à noite, eu morri em parte.
E hoje, durante o dia, guardei luto.
Fui de meu começo ao meu fim
Sentindo todo este sentimento bruto.

Agora não há mais o sonho.
A esperança se escondeu sob meu árido solo.
Frustrarei toda luz...
Que ainda em meu peito consolo!

Ó vida, o que dizer de ti?
Que caminhos, que caminhos a seguir?
Sendo a boca tão pequena e os passos tão atrelados?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O tempo

O tempo.
O tempo é um bom companheiro?
É um falso amigo?
É somente invenção de mentes ávidas pelo sonho de controlar a vida?
O tempo.
O tempo e uma pedra!
O tempo é uma pedra.
Meu tempo... que me nega!

Que sou eu perante ti, ó tempo?
Que faço averso a ti... ó tempo?
Quem sou eu em teus registros?
Quem sou eu em teus nomes?
Quem és tu... em mim?

Um assossego, tempo? Uma mentira?
Uma infâmia que tenho que engolir a seco?
Uma insatisfação?
O que és tu... tu de longa data quando esta, sequer, existia?

Quem, ó tempo, te deu o direito?
De me roubar...?
Comprazer-me de ti? Em homenagem a ti?
Nunca. És esta marca que me marca e me frusta...
Pela simplicidade com que passas...
Fazendo passar... meu sonho... Meu anelo.
Meu desejo!

Tempo, tempo, tempo...
Não te farei nenhum pedido!
Por hoje não.