terça-feira, 27 de setembro de 2011

Considerações - Início

Quero falar coisas que ninguém falou. Quero o dissabor das pequenas acusações dos homens pequenos. E sentir-me execrável ao passo que cuspo na cara da hipocrisia. Quero ter-me em minhas mãos cansadas. Em minhas mãos pequenas, porém, parcialmente comungantes deste todo chamado VERDADE.

Tenho muitas considerações a fazer... Acerca da vida, da morte. Do céu sobre nossas cabeças e o inferno dentro delas. E, claro, quero dissecar o amor, esse sentimento excelso, divino e controvertido. Quero inundar a noite densa de razão. Quero esclarecê-la e mostrá-la ao mundo em sua extrema fascinação. Falarei dos relacionamentos, das relações, também superficiais, em sua maioria. (...)

As Estrelas Queimam

As estrelas pegaram fogo, meu Deus!
O que será de nós?
O que será frente ao inimigo qeu nos cerca?
O inimigo que nos apavora?

O que, com o medo nos olhos?
Com o laço na boca?
O que eu fiz?
O que eu fiz, meu Deus?

O que eu fiz para em meus olhos se instalar o choro?
E na minha carne o insatisfeito beijo?

Não queria...
Mas meu rio secou!
Minha carne, do prazer se afastou.
E tudo se foi assim:
Aos poucos... calmamente...
Para que eu aceitasse tudo.
Para que não houvesse protesto.
Meu Deus, não houve!

Agora amargo na covardia.
Sou perceguido pelo vento, que as folhas levanta e nada tem contra mim.
Mas ele vem.
Ele vem e me apavora.
Gela-me os ossos. Revira-me os estômago.
Eu aceito.
Meu Deus, sou permissivo!
Por que tinha que ser?
Por que o por quê?
Por que não a claridão?

Por quê todos as coisas me fogem... sem que eu as possa conter?
Qual pequeno ser que nada pode e tudo quer...

Ao teu lado

Quero ficar contigo até o último momento.
Até quando não houver mais escapatória,
E enfim tenhamos que nos separar.

Quero estar ao teu lado todo novo dia,
Quero rir, quero chorar.
Tudo em tua companhia.
Pois é somente nela que encontro sentido.

Quero um beijo terno e doce.
Falar-te dos medos...
Do que quer que fosse.
Queria te amar, te ter, me entregar.
Ser o devotado amigo,
Ou o beijo esquecido...
O que tiver de ser, será.

Queria te falar dos lírios.
Dos pássaros a cantar.
Contar-te meus segredos,
Esquecer a vezes que estivemos a chorar...

Queria, nos meus braços te ter, agora;
Queria-te já, te queria nessa hora.
Mas existe a espera, existe o esperar.
Queria fugir d'aqui, te tirar desse lugar.

Queria enlouquecer contigo...
Tudo seria válido.
Nosso amor, às estrelas, daria brilho
E delas, o mesmo iria roubar.
Tudo. Tudo eu faria.
Nada iria calar!

Exausto Nesse Momento

Nada, nada é tão grande ou tão belo,
Nem o céu, o sol amarelo...
Que ofusquem a ti em mim.

Tu que és presença última e primeira.
Maravilha sétima, oitava, derradeira.
Todo o bom e belo que a Natureza teve a honra de gerar...

Tu, tu que és o nome eterno em meus lábios,
A marca inconfundível de meus passos
Que correm todos, ah eles correm, para ti.

És a minha ânsia pura. Os melhores sonhos que vivi.
Entregue a ti tal qual o que não tem mais medo...
Controversamente pronunciando verdades que não se diz!

sábado, 10 de setembro de 2011

Porque Quero Ser Alguém na Vida!



















"Porque quero ser alguém na vida" é o que todos dizem, mesmo sem o dizer!!!
É o que todos clamam inutilmente
[ninguém ver...
O clamor dos humilhados, dos indignos sem ter!!!
É o clamor.
É o clamor que ninguém ver!!!

Muitos nutrindo sonhos (- e eu também -),
Querendo fugir do “certo”...
Querendo ser alguém...
E o tempo contra eles...
E o fogo e o sol vermelho,
Tudo, tudo é espelho
Do que os grandes plantaram!!!

E eles, coitados amargurados...
Tentando enganar seus próprios corações...
Mas não podem, bastardos,
Das nações!!!

São tantos e tão grandes e tão pequenos...
A chuva em seus rostos é veneno
É pura consternação!!!
Ilusão...
É tudo o que eles plantaram...
É tudo o que tiveram nas mãos!!!

São crianças, são jovens adultos...
Todos frutos...
Dessa grande nação!!!

E se há remédio.... se há ou não...
É segredo guardado com sangue lacrado...
Dentro de um caixão...
Onde estão todos que vieram...
Onde estarão todos que irão
[sem nada!!!

Todos irão...
Com nada!!!
Nada.
A palavra doce de gosto amargo...
O último grito que quero ter não ter!!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Miséria Real













Duas colheres de arroz.
Uma ínfima porção no prato.
É o que a pobreza não rejeita,
É o que ela dá ao filho ingrato.

Abre tua boca.
Engole o mundo,
Pois tudo te pertence, embora nada seja teu.

Não grite, não chore.
Não se desespere.
A tua dor é tua fome,
Que tua esperança ingere.

Oh, meu amigo...
Que pena.
Não consegues com os teus braços o teu alimento.
Há mais terrível sofrimento?
Deves, tu, deitar-te em uma cama,
Se tiveres cama,
E morrer em paz?
E morrer de fome?
Ou comer a própria carne?

Deves?
Deves arrancar teus olhos para que nada mais vejam?
Para que não vejam tua miséria,
Tua vergonha, teu medo?

Deves chorar?
Deves amaldiçoar o mundo?
O que deves fazer posto que não podes fazer nada?

Ah, como te parece atraente a tal morte.
Ah, como querias correr...
Desse mundo de fronteiras,
As quais difíceis são de romper.

Não obstante, não aflijas teu coração agora.
Espera mais um pouco, espera tua hora.
Ela virá.
Para o bem ou para o mal, virá.

Espera mais um pouco, meu pobre irmão!

Para Quem Falo?















O que é minha presença se não este algo que se perde na imensidão de meu caminho?
O que são meus passos tortos se não meus sonhos mortos,
E uma coroa de espinhos?

A amargura o que é?

O que é que me toca se não o medo da consumação?
Para quem falo se não para passos errantes?
Para símbolos que não vejo.
Para o amor que se vai.

O que sinto em meu ser se não o vazio,
A ausência lacerante,
A dor?

O que faço eu do meu sonho se não pesadelo?
O que é certeza em mim que eu não negue?
O que são os beijos se não o sangue,
Se não o desejo?

O que é fogo que eu já não tenha apagado?
O que é meu que eu já não tenha largado?

Um beijo, um abraço
Um aperto de mão.
Algumas palavras soltas
Quer boas quer não.