quarta-feira, 11 de julho de 2012

Heavens

Cada passo que dou me afasta mais e mais do céu. As nuvens, ao longe, se dissipam ao vislumbre de um olhar perdido.
Amores, paixões, medos... Tomam conotações diversas, tornam-se quimeras prestes a me devorar inteiro.
Não toco mais, nunca toquei, a leve certeza que tem os tolos. A verdade que não queria me está entregue
Em minhas mãos... Como o pó que é lançado, pelo vento, em meu rosto, incomodando-me.
Espinho na carne que é.
Eu sei a verdade. Eu sei minha verdade e antes a desconhecesse... ah, mais e mais Feliz eu seria.
Todos os dias ciente de minha sorte; minha sorte, minha maldição...
Os olhos, cansados, mas ainda ávidos, não sabem o que querem mais...
Paixões... mil por dia. Amor... só um.
Todavia não sou mais feliz por isso, ah, inferno de Amar... sozinho, na calada da noite adentro...
Pensando, cogitando, me iludindo.

Por isso, torno meus passos espassos...
Desconheço contentamento. Sinto, apenas, na pele nua, um gosto que marca amargamente...
Como que a pena por não saber...
É... não sei de muitas coisas...
Sei somente do vento vivo, que toca minh'alma e faz-me lembrar: Estou vivo!
Ainda estou vivo.

domingo, 1 de julho de 2012

Farto disso tudo aqui

Não há momentos.
Não há momentos, não há momentos. Não há realizações!
Há somente um grande e obscuro desejo.
Abrindo sua boca voraz ao mundo.

Não há os momentos.
Não existe a constatação.
Tudo que minha fome engoliu
Não passou de mera ilusão.

Pés, no chão, fincados.
Mãos e cotovelos, também.
É chegado "o momento"...
Daqueles que nunca vêm!

Há um grande vazio ao meu lado.
Silencioso, ao meu lado, na cama.
Comungando dos pesadelos que tive,
Nas minha trevas, jogado na lama.