segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Sinto-me

O que estou fazendo de minha vida ao fazer o que faço?
Será que não é evidente meu tropeço, meu desgaste?
E sendo, não deveria eu refreiar meus passos?

Sim, deveria eu fazê-lo!
Mas este algo que me impele é maior que minha vontade!
É um não-ser mais que meu ser!
É meu inconsciente clamando por animálica liberdade!

Então me dispo de mim!
Afasto, de meu cerne, alguns valores cabrestais!
Mas nunca o faço demais!

Vejo-me. Toco-me. Sinto-me. Como criatura mundana que sou!
Cheiro. Como. Bebo. Todo meu torpor!
E desvaneço em minhas próprias inglórias mãos!
Até o luzente brilho da razão me salvar!

Sou eu novamente! Sem ser eu e sendo eu!
Estando cru e nu perante meus negros olhos!
Sem entender... o porque faço!

Simplesmente... faço esta vida... assim!
E passo!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Noite Passada

Ontem, a noite foi de explosão.
Os risos tornaram-se, de súbito, lamentos...
E me vi, assim, entregue a mim...
Mais uma vez, sem nada!

Ontem à noite, eu morri em parte.
E hoje, durante o dia, guardei luto.
Fui de meu começo ao meu fim
Sentindo todo este sentimento bruto.

Agora não há mais o sonho.
A esperança se escondeu sob meu árido solo.
Frustrarei toda luz...
Que ainda em meu peito consolo!

Ó vida, o que dizer de ti?
Que caminhos, que caminhos a seguir?
Sendo a boca tão pequena e os passos tão atrelados?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O tempo

O tempo.
O tempo é um bom companheiro?
É um falso amigo?
É somente invenção de mentes ávidas pelo sonho de controlar a vida?
O tempo.
O tempo e uma pedra!
O tempo é uma pedra.
Meu tempo... que me nega!

Que sou eu perante ti, ó tempo?
Que faço averso a ti... ó tempo?
Quem sou eu em teus registros?
Quem sou eu em teus nomes?
Quem és tu... em mim?

Um assossego, tempo? Uma mentira?
Uma infâmia que tenho que engolir a seco?
Uma insatisfação?
O que és tu... tu de longa data quando esta, sequer, existia?

Quem, ó tempo, te deu o direito?
De me roubar...?
Comprazer-me de ti? Em homenagem a ti?
Nunca. És esta marca que me marca e me frusta...
Pela simplicidade com que passas...
Fazendo passar... meu sonho... Meu anelo.
Meu desejo!

Tempo, tempo, tempo...
Não te farei nenhum pedido!
Por hoje não.