Não há momentos.
Não há momentos, não há momentos. Não há realizações!
Há somente um grande e obscuro desejo.
Abrindo sua boca voraz ao mundo.
Não há os momentos.
Não existe a constatação.
Tudo que minha fome engoliu
Não passou de mera ilusão.
Pés, no chão, fincados.
Mãos e cotovelos, também.
É chegado "o momento"...
Daqueles que nunca vêm!
Há um grande vazio ao meu lado.
Silencioso, ao meu lado, na cama.
Comungando dos pesadelos que tive,
Nas minha trevas, jogado na lama.