sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Será só eu?

Só eu estou perdido?
Só eu não sei para onde ir?
Será só essa minha vida a arruinada
Ou haverá outra, tão incerta assim?

Serão os suspiros só meus?
E só minhas essas mãos espalmadas?
Será só eu essa alma sem rumo,
Que sofre e chora calada?

Os risos serão verdadeiros?
As relações ultrapassarão a superficialidade?
Estarei sozinho entregue a mim,
Em meu próprio fogo e insensibilidade?

E quanto aos meus amores...
Estarei eternamente amando sozinho?
Vislumbrarei algum pouso em meu caminho,
Ou serei sempre SOLIDÃO?

Estarei entregue a outro ser que não a mim?
Compartilharei com este meus pesados sonhos?
Minhas leves loucuras? Minha ofegante respiração?
Nesse chão?

Quais verdades contarei?
Quantas mentiras manterei em nome do que vier?
Quantas palavras até cessarem todas as palavras?

Quanto sol sobre minha cabeça?
Quantas cabeças dentro dela?
Quanta luz? Quanta luz? Quanta treva!

Esperando pelo bem há muito querido,
Tornarei, forçosamente, agradáveis os meus dias.
Passarei as horas na esperança de tê-lo.
E na espera, agudamente estarei feliz!

Uma felicidade só entendível por mim mesmo!
Aquela felicidade na tristeza, aquela tristeza na alegria.

Dessa forma, tentarei...
Tentarei todos os dias...
Não me entregar a esse amor louco e incontido pela destruição!
Que só eu amo. Que só eu venero no seu magnífico caos!
Na sua harmonia inexistencial.

E eu possa dizer do que tive.
[O que foi mesmo que tive?]
E partir insatisfeito com meu cálice cheio de satisfações pequenas.
Terrenas. Aquelas que não servem, mas com as quais todos se contentam!
Eu não me contento por quê?

Porque o contentamento é algo que não faz parte de minha natureza!
Assim como não o faz tantas outras coisas!