sábado, 19 de novembro de 2011

Perdição

Por que me perder nos olhares?!
Por que me confundir... neles?!
E me ver, não estando, dentro?

Por quê?

Por que ser eu o enganável?
O tolo que a todas quer se entregar?
Por que ver nos olhos o beijo,
Dos mesmos lábios que vão me matar!?

Sinto, então, necessidade incontida de chorar, no meio da rua...
E sinto ao mesmo tempo vontade de rir de pena de mim... tão patético!
Os olhos eu molho... a alma tento, a força, lavar... pra disfarçar a fraqueza do espírito forte e volátil a me atormentar!

E o que sou senão aquele que abre mão mil vezes por dia e volta atrás?
Senão o que renega o mundo e renega a si mesmo e humildemente volta atrás?!
Quem? Senão eu mesmo perante mim!!!?
Eu... fitando minha fraqueza humana e abominável do meu jardim(?)

Eu o preparei com tanto carinho e cuidado!!! E afinco...
Para o presentear, hoje, a ninguém!
Eu, que calado, chorei sobre meu próprio corpo imaturo...
Pedindo a mãe terra pra me levar...

Eu....sem nada!!!
Dando-me ao nada aterrador profundamente silencioso... Enlouquecedor!!!
Quem além de mim?
Preparou seu jardim com lágrimas e medo? E com receio do dia?
Cama... cama fria!!!

Enlouquecia em minha própria razão e me lancei ao céu profundo enquanto verme mortal...
Mas fui tão raso e tão pequeno...
E nem transpus o mal terreno... que vai me matar!!!
Hoje... Amanhã, talvez!!! Mas vai!!!
E eu vou também!!!
Silente...mente!!! (...) EU!!! Mais ninguém!!!
Solidão!