sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O Caminhar Sozinho

O afastar-me dos demais apraz meu espírito.
Não existe aconchego na comungação da superfície.
Ou, talvez, prefira a caminhada solitária, por entendê-la mais justa.
Os outros, muitas vezes, são a irrelevância da vida.
São o símbolo latejante de nossa carência.
O que nos conforma que nos torne tão incompletos?
Tão desejosos do vínculo social?
Digo eu: nada.
No que diz ao meu respeito é mais conveniência e menos necessidade de interação.
Eu prescindo da futilidade das relações e palavras.
Prescindo de fingir interesse.
Por óbvio, eventualmente, uma ou outra concessão faz-se adequada.
Afinal, os outros são seres, igualmente, desejos e carentes.